PROPOSTA
DE PESQUISA
*Joilma Oliveira Nascimento
* Joyce Kelly Silva de Souza Dutra
1) Introdução
A
referida pesquisa pretende “Refletir sobre o papel da avaliação na prática
educativa a distância”, buscando embasamentos teóricos que consiga responder ao
seguinte questionamento: Como avaliar os alunos de cursos oferecidos pela
modalidade de educação a distância, levando-os a desenvolverem as competências
necessárias para que os mesmos alcancem os objetivos propostos, evitando a
evasão?
Observamos que o grande desafio da atualidade
contemporânea é desenvolver projetos de qualificação, visando um melhor desenvolvimento
da sociedade, esses projetos permite a concretização efetiva da cidadania. No entanto,
para que haja uma educação de qualidade, é necessário muito mais do que políticas
públicas e leis que regem o direito de todos à educação de qualidade, na
verdade, a educação carece do comprometimento dos órgãos governamentais no que
tange a efetividade desses direitos. Dessa maneira, inovações que abranjam os
sistemas de avaliação se tornam imprescindíveis, uma vez que elas interferem
diretamente no desenvolvimento e no aperfeiçoamento,
tanto dos educandos, quanto dos espaços e processos educacionais, priorizando o
ensino aprendizagem.
Quando falamos de qualidade
de ensino, não podemos deixar de falar sobre a avaliação, pois a utilização
dessa ferramenta deve ser feita de forma consciente buscando respeitar o tempo
de aprendizagem de cada aluno, atendendo às suas “demandas e estratégias de
aprendizagem” (Hoffmann, 2001: p. 59), quebrando o paradigma da sequência
padronizada e rígida de tarefas avaliativas. Nos estudos sobre avaliação de
aprendizagem tem sido debatidas questões que apontam a necessidade de
modificações de tanto no ensino presencial, quanto no ensino a distância e
concluem que a mesma deve adequar-se para tornarem-se transformadoras, que
promovam mudanças na pratica educativa.
Tendo em vista o contexto da
EaD, objetivamos identificar
os instrumentos de avaliação para a EaD e como eles são utilizados nos cursos a
distância, identificar as formas de avaliação adequadas ao contexto de
ambientes virtuais de aprendizagem, e por fim, analisar como as avaliações de cursos a
distância contribuem para a aprendizagem dos alunos.
2) Justificativa
O projeto se justifica pelo
fato de pôr a mesa a problematização existente em torno da utilização da
ferramenta “avaliação” no contexto da educação a distância. Certamente, a
proposta da pesquisa trará contribuições à formação dos professores, visto que
a partir dela será possível repensar as práticas pedagógicas relativo a
avaliação.
O desejo de realizarmos esse
estudo nasce a partir das discussões e relatos dos cursistas da pós-graduação
em educação a distância- IFNMG 2014, em fóruns que abordaram a avaliação da
aprendizagem em EaD, percebemos por meios das falas, que esse tema desperta nos
profissionais da educação uma inquietação originada das inúmeras formas de se
avaliar a aprendizagem.
Sabemos que há no cenário
nacional estudiosos que já trabalharam com o objeto “avaliação”, diante disso,
revisitaremos no decorrer dos estudos os resultados alcançados por Demo, Luckesi,
Perrenoud, Estrela, Hoffomann, Saul, Vasconcelos, e outros, que diante mão já
nós apontam para a superação da avaliação classificatória uma concepção de
avaliação como um processo dinâmico, contínuo, abrangente, participativo,
interativo, integral, holístico.
Como vemos, o trabalho é
relevante, pois estudará ensino a distância, buscando
compreendê-lo como processo de construção de aprendizagem autônoma, que carece
de instrumentos de avaliação diversificados e diferenciados que possibilitem e
favoreçam a aprendizagem do cursista atendido por essa modalidade de ensino.
3)
Objetivos:
3.1) Geral:
Refletir sobre o
papel da avaliação na prática educativa a distância;
3.2) Específicos:
-
Identificar os instrumentos de
avaliação para a EaD e como eles são utilizados nos cursos a distância.
- Identificar as formas de avaliação
adequadas ao contexto de ambientes virtuais de aprendizagem.
-
Analisar como as avaliações de cursos a
distância contribuem para a aprendizagem dos alunos.
4)
Metodologia:
Na
educação, seja ela presencial ou a distância, a avaliação é uma ferramenta
presente nas práticas educativas. Por
muito tempo, a avaliação escolar foi compreendida como um processo
sistematizado de registro e apreciação dos resultados obtidos em relação metas
educativas estabelecidas previamente.
No entanto,
sabemos que avaliação é muito mais do que isso, no espaço escolar a avaliação e
a aprendizagem devem estabelecer uma parceria constante, tendo em vista que a
avaliação assume a função de orientar e diagnosticar o processo de
aprendizagem. Neste contexto, a avaliação será utilizada com o objetivo de
verificar os avanços na aprendizagem, mas não para rotular, e sim, identificar
os pontos que necessitam de modificações e reforços no processo
ensino-aprendizagem.
Pensando nessas questões,
esta pesquisa será desenvolvida com o intuito
de refletir sobre o papel da avaliação na prática educativa a
distância através do tema
"O Papel da Avaliação na Prática Educativa a Distância”. Para
tanto, diante desse contexto
faz-se necessário tecermos alguns comentários acerca dessa nova modalidade de
educar, que veio para quebrar barreiras espaço-temporais e sociais.
Portanto, com base no
objetivo geral, buscamos realizar uma pesquisa pautada num procedimento formal
e metodológico, a fim do objetivo ser alcançado, uma vez que, a seleção de
métodos proporciona maior segurança no caminho investigativo da pesquisa.
A pesquisa quanto a sua natureza será
bibliográfica a respeito afirma Lakatos e Marconi (2001, p.
44):
A pesquisa
bibliográfica, também conhecida como de fontes secundárias, é um levantamento
de dados da qual se utiliza, livros publicados, revistas, imprensa escrita,
jornais e outros meios de comunicação, com o propósito de manter o pesquisador
em contato direto com tudo o que foi escrito sobre determinado assunto.
Sabendo que toda
investigação científica estar amarrada a um método, optamos pelo método
fenomenológico, afim de que os fenômenos estudados sejam elencados e
interpretados por meio da abordagem qualitativa exploratória. Ainda
utilizaremos no desenvolver da pesquisa procedimentos de fichamento e técnicas
de coletas de informações, encontradas em acervos impressos como livros,
acervos digitais como bibliotecas digitais, sites de internet, vídeo dentre
outros.
5)
Referencial
Teórico:
A fim de refletirmos
sobre o papel da avaliação na prática educativa a distância, buscamos como fonte de estudos,
autores que da mesma maneira sentiram-se inquietos com essa problemática, ou
seja, que deem a nós pesquisadores exemplos verídicos e científicos ao nosso
estudo.
Em meio à investigação
científica, deparamos nos com estudiosos que defendem a ideia de que o processo ensino/aprendizagem se caracteriza de
formas diferentes, levando em consideração a época que de desenvolveram. Isso
nos permite dizer que ao adquirir novos conhecimentos, os seres desenvolvem
competências e mudam o comportamento. Dessa maneira, cabe a nós, compreendermos
o modo como as pessoas aprendem e as condições necessárias para a aprendizagem,
em relação a aprendizagem, o autor Turrioni relata:
Na modalidade Educação a
Distância, os processos de ensinar e aprender apresentam especificidades que
impedem a mera transposição didática e requerem competências e habilidades
docentes diferenciadas e cuidadosamente desenvolvidas (2009).
Como vimos na citação anterior, o contexto da EaD
apresenta suas características próprias, isso nos faz pensar na necessidade de
ressignificação de alguns conceitos como o da avaliação, que norteia o processo
pedagógico.
Os Referenciais de Qualidade para Educação Superior
a Distância – MEC, traz em seu capítulo IV, as seguintes diretrizes:
As avaliações da aprendizagem do
estudante devem ser compostas de avaliações a distância e avaliações
presenciais, sendo estas últimas cercadas das precauções de segurança e
controle de frequência, zelando pela confiabilidade e credibilidade dos
resultados (2007).
A avaliação deve ser um processo contínuo que de
acordo Luckesi (2001, p. 174), tem dois objetivos: auxiliar o aluno no seu
processo de desenvolvimento pessoal, a partir do processo ensino-aprendizagem e
prestar informações à sociedade acerca da qualidade do trabalho educativo
realizado. Portanto, ao
estabelecer e elaborar os critérios de avaliação da aprendizagem o professor
precisa compreender que as aprendizagens ocorrem de diferentes forma e ritmos
em indivíduos específicos, promovendo transformações no processo contínuo e
sistematizado que serve como um parâmetro para as devidas intervenções ao
decorrer das práticas educativas. Como
afirma a autora Saul (1988, p.48-55):
A avaliação realizada durante o processo permite que
se revejam rumos e/ou se alterem procedimentos ainda durante sua realização, ao
passo que a avaliação final se presta para aferir resultados e ordenar novos
processos. Um e outro procedimento avaliativo são de fundamental importância
para o desenvolvimento do que se pretende e se caminham na direção do
aprofundamento da assunção dos rumos pelos/as envolvidos/as, se terá uma
avaliação com características emancipatórias.
Sabendo disso, o professor
deverá utilizar critérios e instrumentos pautados na valorização dos
conhecimentos prévios que aluno carrega, além de atentar-se as transformações
que acontecem ao longo do processo educativo, assim como afirma, o estudioso
Hoffmann:
Avaliação é a reflexão
transformadora em ação. Ação, essa, que nos impulsiona a novas reflexões.
Reflexão permanente do educador sobre sua realidade, acompanhamento passo
a passo, do educando na sua trajetória de construção do conhecimento (1993,p.18).
Ainda sobre avaliação, Hoffmann (1993, p.21)
acrescenta que “a avaliação deixa de ser um momento terminal do processo
educativo para se tornar na busca incessante de compreensão das dificuldades do
educando e a dinamização de novas oportunidades de conhecimento”. A partir dessa fala, fica nítido, que jamais
podemos enxergar a avaliação como sendo um instrumento classificatório, em que
o aluno é estereotipado como BOM ou RUIM.
6) Cronograma:
CALENDÁRIO
ATIVIDADE
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JUNHO
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JUNHO
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AGOSTO
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Semana
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Semana
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Semana
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4
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3
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4
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Pesquisa
bibliográficas
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Elaboração e apreciação de Projeto
de Pesquisa
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Entrega da primeira versão
do Projeto de Pesquisa
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Entrega da versão final do
Projeto de Pesquisa
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Elaboração de instrumentos
de coleta de dados
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Aplicação de questionários
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Processamento, tabulação e
análise de dados
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Interpretação dos
resultados e atualização bibliográfica
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Redação do artigo
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Entrega da primeira versão
do Artigo
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Entrega da versão final do
Artigo
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Construção de pôster para
apresentação
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Apresentação de artigo em
pôster em seminário
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7)
Bibliografia:
BRASIL – Ministério da Educação e Cultura – Indicadores
de Qualidade para Cursos de Graduação a Distância. Brasília. 2000.
BRASIL – Ministério da Educação e Cultura – Referenciais
de Qualidade para a Educação Superior a Distância. Brasília. 2007.
DEMO, Pedro. Desafios modernos da educação. 7ª ed. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1998.
FALLER, L. P.; RODRIGUES, C. M. C. Proposta de
Instrumento para Avaliação de Cursos de Ensino a Distância. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010. Acesso em: 08/11/2014.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora uma prática
em construção da pré-escola a universidade. Porto Alegre: Mediação, 1993
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mito e Desafio:
uma perspectiva construtivista, 12 ed. Porto Alegre: Educação e realidade,
1993.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez,
1994. [Coleção magistério 2º grau. Série formação do professor].
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da
aprendizagem escolar: estudos e proposições. 11. ed. São Paulo: 2001.
MARCONI,
Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia
do trabalho científico:
procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicação
e trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 219 p.
MUGNOL, Marcio. A Educação a Distância no Brasil:
conceitos e fundamentos. Revista Diálogo Educação, Curitiba, v. 9, n. 27,
p. 335-349, maio/agosto 2009.
SANT’ANN, Ilza Martins. Por que
avaliar?: como avaliar?: critérios e instrumentos. 10. ed. Petrópolis: Vozes,
2004.
SAUL,
A.M. Avaliação Emancipatória: desafio à teoria e à prática de avaliação e
reformulação de currículo, São
Paulo, Cortez: Autores Associados, 1988.
TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em
ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1997.
TURRIONI, A. M. S.; STANO, R. C. M. T. Parâmetros
Avaliação de Cursos na Modalidade EaD. Disponível em: http://www.gepehumanas.unifei.edu.br/ Acesso em:
30/05/2015.